ILHA DA MAGIA

Sônia Schmorantz

Amo

Amo o silêncio das tardes cinzas de outono
o desenho das aves gravados no céu,
amo andar por estes caminhos, entre árvores
a balançar na brisa que vem do mar…
Amo as horas paradas do tempo em
que o mundo parece ter estacionado numa praia,
onde as ondas fazem graça na areia branca.

Amo as tardes com suas aragens frias,
que buscam seu agasalho na alma,
amo o verde esperança das matas,
o azul pacífico das inquietas águas,
a natureza de tantas cores da ilha,
as mil cores imaginadas e vividas,
cores de doçura e de força,
numa prece que é pura natureza.

Sônia Schmorantz

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Nat King Cole – Smile


30/03/2010 Posted by | Uncategorized | 4 Comentários

Minha Ilha

Na ilha o mar é mais azul,
cenário feito por um mago,
uma sonho de águas claras,
onde o vento me diz
que aqui serei feliz….
Ancorada no azul da ilha,
tudo é detalhe, detalhe de amor,
como dois barcos na areia,
secretos amantes fora do mar.
Respirando o outono tropical,
caminho no verde musgo da trilha,
areia fina, mar azul, lua no céu,
e o vento vem me dizer
que aqui existe o amor…
Meu amor é esta ilha,
são os olhos brilhantes
do homem que me ama,
São as ondas do mar,
são os pássaros que esvoaçam,
são as caricias do vento,
esta é minha ilha, meu destino
a ilha do meu amor…

Sônia Schmorantz

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Bert Kaempfert – Blue moon


28/03/2010 Posted by | Uncategorized | Deixe um comentário

Chuva de Outono

Cai a chuva da nova estação,
calçadas vazias, molhadas,
carros que passam apressados,
cobrindo o asfalto de reflexos.
São as chuvas de outono,
encharcando a cidade.
Debaixo dos guarda- chuvas
as pessoas andam rápidas,
sombras humanas abraçadas,
enquanto folhas flutuam ao vento
morrendo afogadas no chão.
Por detrás das vidraças olhos
acompanham sombras na névoa,
chuva e outono adentram a janela,
enquanto na rua transeuntes anônimos
correm para algum lugar qualquer.
Cai uma clara chuva de outono,
mudando as vestes, as cores,
numa vontade de não sorrir do céu.
Há um vento varrendo a cidade,
ônubus lotados, trânsito engarrafado,
Aqui dentro, um sentimento a toa,
canta uma melodia abatida,
inquieta chuva, vento, vida…

Sônia Schmorantz

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Richard Young – Rainy day


26/03/2010 Posted by | Uncategorized | 3 Comentários

Feito chocolate quente…

Minha alma guarda memórias,
vira e mexe, volta a uma casa antiga,
traz saudade, perfume, fragrância
de um tempo que já foi infância.
Tempos marcados por ternura,
doces e muitas histórias a contar,
pássaros ligeiros que voaram,
e agora na memória vem se abrigar.
Saudades vivem nas tardes de chuva,
Nas manhãs descalças de sol,
lembranças caladas a bailar,
entre as árvores de um quintal.
Só os sonhos sobreviveram,
abandonados sentimentos órfãos,
que no peito agora batem e adoçam
o suave perfume que na casa vaga,
feito chocolate quente em noite fria…

Sônia Schmorantz

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Tribalistas Velha Infância


24/03/2010 Posted by | Uncategorized | 8 Comentários

Das Palavras

São difíceis as palavras,
nem sempre espadas,
nem sempre flores,
entrelaçadas são poesia,
disparadas são armas,
tristeza e melancolia.
Ás vezes amor, às vezes inferno,
vêm do fundo da alma,
explícitas ou veladas,
ressoam tristemente bêbadas,
às vezes verão, às vezes inverno.
Penetram clandestinas na alma,
como bordados feito à mão,
fogem quando mais se precisa,
São reais ou mera ilusão.
Palavras de amor não ditas,
são silenciosas reticências,
fugazes e sorrateiras,
levam poemas nas asas, mas
adormecem escondidas na mão…

Sônia Schmorantz


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Norah Jones – Those sweet words


22/03/2010 Posted by | Uncategorized | 7 Comentários

Queria…

Queria falar do meu amor,
dos sonhos que tenho,
da tarde que agora vai,
do sol que se põe e da lua
que começa a surgir.
Queria fechar os olhos,
esquecer o relógio
me perder nas horas,
fugir do tempo e ficar assim,
contando as pétalas de uma flor amarela.
Bem me quer, mal me quer…
Queria falar da chuva que cai,
do vento que varre as folhas do chão,
das ondas encrispadas do mar,
do tempo que brinca com a solidão.
Queria, queria, queria…
Mas fiz-me doçura da pétala,
flor pequena em sua mão,
amor que acontece e se enraiza,
crescendo como flor no coração…

Sônia Schmorantz

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Jason Mraz – I\’m yours


18/03/2010 Posted by | Uncategorized | 5 Comentários

Pinheiros

Que magia tem estes velhos pinheiros
ouriçados pelo vento no alto das pedras?
Absortos, voltados para o poente,
agasalham pássaros em galhos ondulantes,
sossegam minha alma em verdes sombras
recortadas no azul de um céu sem fim.
Quanta poesia há no aparente abandono
dos pinheiros agrestes agarrados às pedras,
que em silêncio se elevam às alturas,
seduzidos pela luz mágica do sol?
Mansos pinheiros acenando à estrada,
ouvindo o bramir do mar logo adiante,
faz sentir esta poesia, esta alegria,
do sal que tempera sonhos, emoção,
sentimento vida, universo no coração.
Recostada à janela, enquanto sigo viagem,
os pinheiros me levam para perto do céu,
em algum lugar abre-se uma porta,
acolhendo criaturas e sonhos
na clara ternura do entardecer.
Instantes de felicidade sem motivo,
como poemas sem palavras
que se escreve no ar…

Sônia Schmorantz

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John Williams – Forrest gump


16/03/2010 Posted by | Uncategorized | 4 Comentários

Meus Poemas

Meus poemas vão sendo largados
na beira das estradas onde passo,
ao luar do sonho, às flores comuns
das estradas desertas, das pedras
esculpidas pelas maresias,
ao campo que se alonga até o mar.

Talvez eu tenha dado os passos certos,
talvez encontre em cada um deles,
a estrada do sonho, os momentos que vivi.
Talvez recupere nas curvas do caminho,
velhos poemas que se perderam na poeira,
em amareladas folhas rasgadas.

Talvez encontre em meio às flores,
os poemas que fiz e não deixei nascer,
poemas imaginados que nunca ganharam corpo,
numa estrada inventada para atravessar o tempo.

Poemas abandonados, poemas espalhados,
na estrada da imaginação, onde ninguém pisa,
poemas passageiros desta longa viagem,
abandonados versos, lembranças escritas,
de quem um dia pretendeu ser poetisa.

Sônia Schmorantz

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Tavares – More than a woman


14/03/2010 Posted by | Uncategorized | 4 Comentários

Chove agora…

Chove neste momento,
o mundo é miragem na vidraça,
tem água na paisagem e
alma se enclausura com cuidado.
A chuva apagou as estrelas,
formou um lago de memórias,
inquietudes, casa vazia…
Chuva cai e oculta tudo lá fora,
bate no vidro e traz saudade,
cai musicando nos telhados,
reverenciando a madrugada.
É chuva que cai na alma,
é o choro do vento na rua,
vagarosas horas de nostalgia,
acinzentando o peito,
quando a natureza entristece.

Sônia Schmorantz

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F. R. David – Words don\’t come easy


13/03/2010 Posted by | Uncategorized | 5 Comentários

De que mais preciso?

De que mais preciso
se ao olhar da janela
árvores alinhadas perfilam-se
em busca do sol,
deixando penetrar os raios,
como rastros iluminados
no verde escuro da mata?
Árvores galgando montes,
que do alto observam impávidas,
a vida a correr ao longo do caminho,
divididas pelo mesmo raio de sol.
De que preciso
se da janela sinto o aroma,
dos eucaliptos à beira da estrada,
de onde partem os pássaros
colorindo pedaços do céu,
brincando sonoras no arrebol,
enquanto gemem as folhas,
com a brisa das tardes moribundas,
suspirando de amores ao sol?
De que mais preciso?
Não preciso…
Tenho comigo o meigo perfume
das tardes que expiram,
do mar que se espraia,
das murmurantes árvores,
lascivas, entregues aos raios de sol,
revoadas de pássaros e o amor
de um homem apaixonado,
que me abraça enamorado,
a olhar pela mesma janela…

Sônia Schmorantz

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Candi Staton – Young hearts run free


10/03/2010 Posted by | Uncategorized | 6 Comentários